Planejamento Financeiro


Aula de Planejamento Financeiro


PLANEJAMENTO FINANCEIRO

INTRODUÇÃO

    Em tempos de economia global, onde cada vez mais o amadorismo e o  improviso estão desaparecendo é indispensável  a presença de um  planejamento.  No  mundo  de negócios  atual  onde  inovações  no processo  de  gestão  empresarial  são  necessárias,  informações  são  transmitidas a  velocidade da  luz,  oportunidades  de negócios surgem  nos  mais  diferentes  locais do globo, para tanto a empresa que deseja permanecer e ampliar  seu  mercado  tem  que estar  preparada para estes  desafios  entre  outros.  Nesse 
contexto de uma economia  global  surge  um  dos fatores responsáveis  para  a  obtenção do sucesso empresarial, o processo de planejamento financeiro. Por definição, o homem de negócios é objetivo e prático. Partindo desse  principio  vem-se de  encontro  ao  planejamento  financeiro  das  empresas,  que 
visa dar  a  sustentação necessária  para execução de planos  estratégicos  a  curto e a  longo prazo,  direcionando  toda a ação empresarial  com  vistas  a  atingir as metas orçamentárias previstas. Por  meio do planejamento  financeiro as  metas  estabelecidas  para  o  crescimento de uma empresa atingem resultados satisfatórios. O planejamento  financeiro preocupa-se  com  a parte  financeira,  na  qual  pode-se  destacar,  os  elementos  da  política de  investimento e financiamento  da  empresa,  sem  examinar detalhadamente os componentes individuais dessas políticas. 
    A  presente análise  tem  por  objetivo descrever  pontos  relevantes  ao  processo de planejamento  financeiro  que  contribuem  significativamente  para  que a empresa possa  atingir  seus  objetivos  de  forma  sistêmica e  gradativa,  sendo este um  dos  responsáveis  pelo  sucesso  do plano  estratégico  da  empresa.
Para tanto, foi feita uma pesquisa bibliográfica abrangendo os  principais  autores da área de administração financeira, expondo os principais conceitos e  etapas  do  Planejamento  Financeiro para  um  efetivo controle  financeiro  empresarial.
    É essencial ter um bom conhecimento do negócio para uma análise das  políticas de investimento e financiamento. O planejamento financeiro torna-se  um  instrumento  indispensável  para a estratégia empresarial  fornecendo  um  referencial  técnico  para os  executivos  tomarem  decisões  que acarretam  no  crescimento em uma empresa.

PLANEJAMENTO FINANCEIRO

    A expressão planejamento tem em seu significado literal o ato ou efeito  de planejar; trabalho de preparação para qualquer empreendimento, segundo  roteiro  e  métodos  determinados;  planificação,  processo  que  leva  ao  estabelecimento de  um  conjunto  coordenado de ações  (pelo  governo,  pela
direção  de  uma empresa,  etc.)  visando  à  consecução  de determinados  objetivos;  elaboração de planos  ou programas  governamentais,  especialmente na área econômica e  social.  Já financeiro  significa, relativo às  finanças,  à  circulação  e  gestão  do  dinheiro e  de  outros  recursos  líquidos.
    Contudo, o  conceito de planejamento financeiro tem-se a junção desses dois
conceitos levados para um plano empresarial.
    Atualmente onde a economia sofre variações e encontra-se vulnerável a  fatores  globais,  o plano  financeiro empresarial  tende a ser mais  valorizado e apreciado em primeiro plano no momento de se tomar uma decisão. Segundo  Gitman  (1997,  p.588),  “as  empresas  utilizam-se de planos  financeiros  para direcionar suas ações com vistas a atingir seus objetivos imediatos e a longo  prazo onde um grande montante de recursos está envolvido”.
    Um  plano  financeiro  eficaz  deve dar  à  luz  no  momento  de  expor  as  ligações das diferentes propostas de investimento ligadas às várias atividades  operacionais da empresa  e  as  opções de financiamento  disponíveis  a ela  no  mercado. De modo paralelo, um plano financeiro atribui a empresa à chance de  desenvolver,  analisar  e  comparar muitos  cenários  de diferentes  ângulos,  permitindo assim,  que  questões  relativas  às  linhas  futuras  de negócios  da  empresa e os  melhores  esquemas  de  financiamento  se necessários,  sejam  analisados.
    Segundo  Ross  (1998,  p.82),  “Planejamento  Financeiro  formaliza  a  maneira  pelo  qual  os  objetivos  financeiros  podem  ser  alcançados.  Em  visão  mais sintetizada,  um  plano  financeiro  significa  uma  declaração do  que  a  empresa deve  realizar  no  futuro”. O planejamento  dá  a empresa  subsídios,
para que não seja surpreendida e possa ter uma alternativa já prevista, caso  tenha que tomar uma decisão.
Gitman (1997, p.588) menciona “O  planejamento  financeiro é um  dos  aspectos  importantes  para  funcionamento e  sustentação de  uma empresa,  pois  fornece  roteiros  para dirigir,  coordenar  e  controlar  suas  ações  na  consecução de  seus  objetivos. 
    Dois  aspectos-chave do planejamento  financeiro  são  o  planejamento de caixa e de lucros.O primeiro envolve o  planejamento do orçamento de  caixa da  empresa;  por  sua  vez,  o planejamento de lucros  é  normalmente  realizado por  meio  de demonstrativos  financeiros  projetados, os quais são úteis para fins de planejamento  financeiro  interno,  como  também  comumente exigidos  pelos credores atuais e futuros.”
    Um bom planejamento financeiro deve prever o que acontecerá caso o  planejado não ocorra, frustrando as expectativas dos executivos e do mercado  ou se o mercado não estiver aquecido o suficiente para dar o retorno esperado.

    Deste  modo,  o  objetivo do planejamento  financeiro é evitar  surpresas  e  desenvolver planos alternativos.
    Segundo Weston  (2000,  p.342),  “O  planejamento  financeiro envolve  a  realização de projeções  de  vendas,  renda e ativos  baseados  em  estratégias  alternativas  de produção e  de  marketing,  seguidas  pela decisão de  como  atendes às necessidades financeiras previstas”.
    De acordo com Lemes (2002, p.243)
   “O  planejamento  financeiro direciona  a  empresa  e  estabelece  o  modo  pelo  qual  os  objetivos  financeiros  podem ser alcançados. Um plano financeiro é, portanto,  uma declaração do que deve ser feito no futuro. Em sua  maioria,  as  decisões  numa empresa  demoram  bastante  para  serem  implantadas.  Numa  situação  de  incerteza,  isso exige que as decisões sejam analisadas com grande 
antecedência.”
    Uma empresa tem como principal objetivo à criação e obtenção de valor,  entretanto outros objetivos também estão implícitos dos quais destaca-se, uma  maior  taxa de  retorno do  capital,  participação do  mercado,  obtenção de  recursos  financeiros.  Um  bom  planejamento  financeiro é a  forma de garantir
que os  objetivos  e planos  traçados  em  relação às  áreas  particulares  de  operação da empresa sejam viáveis e internamente coerentes. O planejamento  financeiro ajuda a estipular metas, deixando os gestores motivados, oferecendo  os mecanismos para avaliação dos resultados.
    Para  Weston  (2000,  p.343),  “O  processo de planejamento  financeiro  começa  com  a especificação dos  objetivos  da empresa,  após  o  que  a  administração  divulga uma  série  de previsões  e orçamentos  para  cada área  significativa da empresa”. 
    Planejamento e controle estão diretamente  ligados.  Planejamento  é  necessário para  a  fixação de padrões  e  metas,  já  o  controle  permite  obter  informações  e  comparar  os  planos com  os  desempenhos  reais  e  fornecer  meios para a realização de um processo de feedback no qual o sistema pode  se transformado para que atinja uma situação esperada.

    No decorrer pode-se observar na figura 1 o modelo de um processo de  planejamento  composto  por  etapas  que  vão desde as  concepções  dos  objetivos e metas da empresa passando pela formulação de planos de longo  prazo,  previsão de  vendas,  estratégias  de  mercado,  políticas  da empresa  culminando nas demonstrações financeiras projetadas.
    Conforme a figura abaixo os  orçamentos são  combinados  e,  partindo  destes  dados  os  fluxos  de  caixa  são  consolidados  no  orçamento de caixa  sendo assim,  se  um  aumento projetado de  vendas  levar  a uma  carência  de  recursos a administração pode tomar as medidas cabíveis para supri-las.



    Com base na figura anterior, tem-se uma exemplificação de modelo de  planejamento  financeiro e processos  de  controle.  Dá-se  inicialmente  com  os  objetivos  ou  metas  da empresa  que objetivam  a estruturação  de planos  de  longo prazo  que  levam  a uma projeção  de  vendas  de  longo prazo,  o  qual
agrega uma  série  de  dados  relevantes  ao  processo  entre os  quais  está,  a  estimativa da demanda do mercado e a participação da empresa no mesmo.
    Com base nesses dados é traçada uma estratégia de mercado, que levam aos  planos de curto prazo, os quais operacionalizam-se com base na participação  do mercado e pela receptividade dos produtos.
    Já  com  uma previsão  de  vendas  estimadas  pode-se planejar  os  orçamentos. O  orçamento  de produção está  subdivido  em  orçamentos  de  matéria-prima,  mão-de-obra e equipamentos,  necessários  para  sustentar  o  nível de vendas previsto. Assim, as demais áreas abrangidas terão seu próprio
orçamento, por exemplo, o setor de marketing elabora orçamentos de venda e  publicidade.
    O  controle  financeiro  é onde os  planos  financeiros  passam  por  uma  análise mais criteriosa.  Este  controle  se  dá  através  de  troca de informações  visando o  cumprimento  dos  planos,  como a  inclusão de modificações  necessárias devido a mudanças imprevistas.
    Durante o processo de planejamento, os orçamentos são combinados e,  em  conseqüência,  os  fluxos  de  caixa  da empresa  são  consolidados  no  orçamento de caixa. Se houver; pois um, aumento nas vendas e levar a uma  escassez  na projeção de  caixa,  a administração  pode  antecipar  quais  os  medidas  que  irá adotar  para obter  os  recursos  necessário  com  maior  economia. Weston (2000, p.343).
    O  plano  financeiro  deve explicitar  as  ligações  entre as  propostas  de  investimento das  várias  atividades  operacionais  da empresa e as  opções  de  financiamento a  ela  disponível.  Em  outras  palavras,  se a empresa estiver  pensando em se expandir e realizar novos investimentos e projetos onde será  obtido o financiamento para custeá-los, à incapacidade de perceber a ligação, por exemplo, entre o crescimento das vendas e as necessidades de produção  poderá levar a um desastre financeiro.
    Para  Braga  (1992,  p.230),  o planejamento  financeiro  compreende  a  programação avançada  de  todos  os  planos  da  administração  financeira e a integração e coordenação desses planos com os planos operacionais de todas  as áreas da empresa.
    Desta forma, o planejamento financeiro é realizado e desenvolvido em  duas  etapas,  a  curto prazo e a  longo prazo,  acompanhando a execução do  planejamento  financeiro  global,  mediante as  investigações  das variações  orçamentárias,  onde as  principais correspondem  a previsão  de  vendas  e
orçamento de caixa.
    Com relação ao planejamento financeiro, Gitman (1997, p.588) discorre,
    “o processo  de planejamento  financeiro  se  inicia  com  a projeção  de planos  financeiros  a  longo prazo,  ou estratégicos,  que por  sua  vez  direcionam  a  formulação de planos e orçamentos operacionais a curto prazo”.

PLANEJAMENTO FINANCEIRO A LONGO PRAZO

    Para  Gitman  (1997,  p.588) “Os  planos  financeiros  a  longo prazo  são  ações projetadas para um futuro distante, acompanhado da previsão de seus  reflexos  financeiros.  Tais  planos  tendem  a  cobrir  um  período de  dois  a dez  anos, sendo comumente encontrados em planos qüinqüenais que são revistos 
periodicamente à luz de novas informações significativas”.
    Os  planos  de  produção,  marketing e  outros  utilizam  uma  série de  recursos  administrativos  para orientar  a  empresa a alcançar  seus  objetivos,  estes  são  traçados  através  o plano estratégico da  empresa  paralelo  a  ele,  encontra-se os planos financeiros a longo prazo.
   Planos  a  longo prazo  segundo  Gitman  (1997,  p.588)  “focalizam  os  dispêndio  de  capital,  atividades  de pesquisa e desenvolvimento,  ações  de  marketing  e de desenvolvimentos  de produtos,  estrutura de  capital  e  importantes fonte de financiamentos”.

    Os  planos  financeiros  de  longo prazo  são  um modo  organizado e sistemático, pelo qual vê-se as necessidades de capital ou financiamento para  transformar as aspirações da empresa em realidade. O planejamento financeiro  a  longo prazo  auxilia a ordenar  as  alternativas,  priorizar  objetivos  e dar  uma
direção a empresa.
    O  resultado  das  decisões  de  investimento em  novos  produtos  é  transformado  em  objetivos  de  vendas  e  lucro.  Um  investimento  pesado em  propaganda  não deveria apenas refletir-se em  despesa de propaganda, mas  também  prever  a elevação de  vendas  associada àquele  esforço  de  propaganda. As instalações deveriam ser revistas à luz da projeção de vendas  e das  providências  tomadas  para  maximizar  a  contribuição  da produção.  O  planejamento a  longo prazo  também  pode  ser  utilizado para  estabelecer  padrões e objetivos de desempenho.
    A  maioria  das  empresas  tem  como  componente  básico  de  seu  planejamento  financeiro a  longo prazo uma  taxa de  crescimento  global  e  explícita. Portanto, há uma interação direta entre a taxa de crescimento e sua  política financeira, Ross (1998, p.589).
    As  taxas  de  crescimento planejadas  devem  resultar  de  um  processo  completo de planejamento.                Com  o uso  de  um  modelo  de planejamento  o levantamento das variáveis  de  crescimento  torna-se  mais  preciso.   A  determinação da taxa de crescimento torna-se um processo padrão permitindo
a  simulação  de hipóteses  otimistas  e pessimistas,  permitindo  testar  a  viabilidade da taxa de crescimento planejada.
    Em  planos  de  longo  prazo não  se deve esquecer  a  conclusão  de  projetos  existentes,  linhas  de  mercadorias,  ramo  de  negócios,  reembolso de  dívidas  e  quaisquer  aquisições  planejadas. Estes  por  sua  vez, tendem  a  ser  subsidiados pelos orçamentos e planos de lucro anuais, dando o aval para a
continuidade de tais planos sem desequilíbrio financeiro da empresa. A falta de um planejamento financeiro a longo prazo é o principal motivo  de ocorrência de dificuldades  e  falências  de empresas.  Planos  financeiros  a  longo prazo possuem a tendência a serem custeados por planos financeiros a  curto prazo e estão ligados a planejamento estratégico da organização.

PLANEJAMENTO FINANCEIRO A CURTO PRAZO


    Segundo Gitman (1997, p.588) “os planos financeiros a curto prazo são  ações planejadas para um período curto (de um a dois anos) acompanhado da  previsão de seus reflexos financeiros”.
    Não há uma definição globalmente aceita para finanças a curto prazo. A  diferença mais significante entre finanças de  curto prazo e finanças de longo  prazo é a duração da série de fluxo de caixas.
    Segundo Ross (1998, p.609), “As finanças a curto prazo consistem em  uma análise  das  decisões  que  afetam  os  ativos  e passivos circulantes,  com  efeitos sobre a empresa dentro do prazo de um ano”. As finanças a curto prazo  fazem  a  empresa  ter  uma  abordagem  mais  técnica  sobre aspectos  no  que
dizem respeito ao nível de caixa a ser mantido num banco para pagamento de  contas, quanto de matéria prima deve-se encomendar e quanto de crédito deve  ser concedido aos clientes.
    Para Brealey (1992, p.839)
    “O  planejamento  financeiro  a  curto  prazo  preocupa-se  com  gestão do ativo a  curto  prazo,  ou  circulante,  e  do  passivo de curto prazo da empresa. Os elementos mais  importantes  do ativo  circulante  são as  disponibilidades,  os títulos  negociáveis,  as  exigências  e as contas  a  receber. Os  elementos  mais  importantes  do passivo de curto prazo  são  empréstimos  bancários  e as contas  a  pagar. A diferença entre o ativo circulante e o passivo de  curto prazo e chamado de fundo de maneio.”
    As decisões financeiras de curto prazo implicam em geral, a passivos e  ativos  de  curta  duração e,  são normalmente  fáceis  de  anular.  Um  gestor  financeiro de  curto prazo não precisa prever  o  futuro  remoto,  as  decisões financeiras a curto prazo são mais fáceis, mas não menos importantes do que  as decisões a longo prazo.
    Um  dos  pontos  chave  para o sucesso  do  planejamento  financeiro de  uma empresa  concentra-se  na previsão de vendas,  pois  partindo dessa  previsão  são  criados  planos  de produção  alternativos  que  levam  em  conta  o  tempo  que  será necessário  para  converter  a  matéria-prima  em  produto  acabado,  como  os  tipos  e quantidades  de  matérias-primas  necessárias.
    Acabado os planos de produção, a empresa tem dados suficientes para estimar  as necessidades de mão-de-obra, despesas de fábricas e operacionais. Sendo  apuradas  todas  essas  estimativas,  pode-se preparar  a demonstração  do  resultado e o orçamento de caixa projetado.
    “As  principais  metas  do planejamento a  curto prazo é a previsão de vendas juntamente com os dados operacionais e financeiros. Como resultado  da análise do planejamento a  curto prazo  têm-se  como mais  importantes  os  orçamentos  operacionais,  orçamento de  caixa e demonstrações  financeiras 
projetadas”, Gitman (1997, p.588).

PLANEJAMENTO DE CAIXA: ORÇAMENTOS DE CAIXA

    O  orçamento  de  caixa é uma  ferramenta básica  do  planejamento  financeiro de  curto  prazo. Para preparar  um  orçamento de  caixa  tem-se  que  levar  em  conta diversos  pontos  da  atividade  financeira da  empresa  como,  recebimentos  de  caixa,  que são  todos  os  itens  que a empresa  recebe  de  entrada de caixa durante um determinado período do planejamento financeiro.
    Segundo Gitman (1997, p.590), “O orçamento de caixa, ou projeção de  caixa,  é  um  demonstrativo dos  fluxos  das  entradas  e  saídas  projetadas  de  caixa da  empresa,  usado para estimar  suas  necessidades  de  caixa a  curto  prazo”.
    Um  fator  importante na preparação  do orçamento  são os  pagamentos  efetuados  pela  empresa no período  do planejamento  financeiro. Os  pagamentos mais importantes são as compras à vista, salários, pagamentos de impostos,  pagamento  de empréstimos,  aquisição de equipamentos,  entre  outros.
    Através do planejamento de excedentes e faltas de  caixas, a empresa  poderá planejar investimentos a curto prazo e se projetar sobras de recursos,  ao  mesmo  tempo,  poderá preparar-se para  obter  financiamento em  caso  de  falta de  caixa. Através do orçamento de  caixa o administrador financeiro tem
uma visão dos fluxos de entrada e saída de recursos ao longo de um período.
    Para  Gitman  (1997,  p.590),  “Orçamento  de  caixa permite a  empresa  prever  as  necessidades  de  caixa da empresa a  curto prazo,  geralmente no  período de um ano, subdividido em intervalos mensais”.
    Uma das  alternativas  de  reduzir  o  risco  de uma previsão errônea do  orçamento,  além  de uma  correta estimativa das  vendas,  é a elaboração de  vários  orçamentos  de  caixa.  Com  isso,  o administrador  financeiro  terá  instrumentos para uma ação diante da detecção de risco, de modo que possa
tomar uma decisão a curto prazo mais cabível e com maior segurança.
    As saídas  de  caixa  se encaixam  em  quatro  categorias  básicas.  A  primeira delas é o pagamento de contas a pagar que representam pagamentos  correspondentes  à  compra de  bens  ou  serviços, tais como  matérias  primas.
    Esses  pagamentos  quase  sempre ocorrem  após  as compras.  As compras  dependem  da previsão de  vendas.  A  segunda  categoria é  pagamento  de  salários,  impostos  e  outras  despesas,  onde  inclui-se  todos  os  demais custos  normais desembolsados de operação. A terceira categoria de gastos de capital
corresponde a pagamentos por ativos de longa duração. A última categoria é o  financiamento a longo prazo que engloba pagamentos de juros e amortização  de dívidas  a  logo prazo e pagamentos  de  dividendos  aos  acionistas,  Ross  (1998, p. 425).
    A  concepção de um  orçamento de caixa  é bastante  simples,  basta  registrar as estimativas de entradas e saídas de caixa, prevendo o montante de  recursos  para  que a empresa possa dar  continuidade no  seu  trabalho ou  o  montante necessário para cobrir os déficits previstos.
PREVISÃO DE VENDAS



    Segundo  Ross  (1998,  p.85),  “a  previsão  de  vendas  é  o  principal  predicado em  um  planejamento  financeiro a  curto prazo,  pois  esse  planejamento  concentra-se nas  vendas  projetadas  em  um  dado período,  nos  ativos e financiamentos necessários para sustentar tais vendas”.
    Um  aspecto  importante na previsão de  vendas  é o  levantamento de dados coerentes  e  confiáveis  para uma previsão,  sendo  que  tal  previsão  quando  automatizada  seja  obtida  de  forma  direta e confiável.  A  previsão de  vendas  esta diretamente  ligada a uma  analise detalhada  dos  dados  do
mercado.
    A projeção de vendas geralmente começa com uma revisão das vendas  dos  últimos  5  a  10 anos,  mas  na  maioria das  empresas  utiliza-se  como  parâmetro um passado mais recente para uma previsão mais realista, pois o  crescimento futuro está ligado com o passado mais recente do que o passado  distante.
    Projeção de vendas constitui uma estimativa de vendas em unidades e  valores de uma empresa para algum período futuro, geralmente se baseia nas  tendências  recentes  de  vendas  e,  ainda  nas  projeções  das  perspectivas  econômicas do país, da região, do setor e assim por diante.
    Se a projeção de vendas se revelar errada, as conseqüências podem ser  sérias. A primeira é o fato  da  empresa  querer  uma  abrangência na  qual não  está preparada ocasionando um  despreparo para atender  a  demanda,  causando  assim,  desconforto  aos seus clientes,  que  passarão a  comprar  na  concorrência.                           Por outro lado, se a previsão for além do que o mercado possa  absorver  poderá haver  uma  retenção de  ativos  na  forma  de  matéria-prima,  máquinas, entre outros não dando a liquidez necessária tendo ainda embutido  o custo da oportunidade.
    Evidentemente que uma previsão exata não é possível, isso porque as  vendas dependem diretamente do futuro incerto de aspectos da economia. Em  determinados casos  à previsão não é  vital,  mas sim,  o planejamento de  investimento e financiamento se caso determinados índices de vendas venham  a  incidir.      Mas  a  correta previsão e estruturação dos  planos  de  vendas  dá a empresa  condições  de  uma  maior  abrangência  do  mercado  com  um menor  desvio de vendas previsto e uma maior lucratividade.
PLANEJAMENTO DO LUCRO


    Para Gitman (1997, p.599) “O processo de planejamento de lucros está centrado na  elaboração  de demonstrações  projetadas;  a  demonstração  do  resultado e o balanço patrimonial.  A  elaboração  dessas  demonstrações  exige  uma  fusão  cuidadosa de  inúmeros  procedimentos que levem  em 
conta as receitas, custos e despesas, obrigações, ativos  e  participação acionárias,  resultantes  do nível  de 
operações antecipadas.”
    Os dados necessários para a preparação de demonstrações projetadas  utilizando-se a técnica simplificada são: as demonstrações financeiras do ano  passado e uma previsão de vendas para o ano seguinte. Um ponto importante  a  ser  considerado  na técnica  simplificada  envolve diretamente  a  linha de
produção, pois cada modelo fabricado pelo mesmo processo exige quantidades  de matérias-primas e mão-de-obra diferentes.
    O administrador da área financeira tem por base o uso de aproximações  simplificadas para  apreciar  demonstrações  projetadas.  As  técnicas  mais  populares baseiam-se na confiança de que as relações financeiras verificadas  nas  demonstrações  financeiras  passadas   não  sofram modificações  significativas para o período seguinte.
DEMOSTRAÇÃO DO RESULTADO PROJETADO



    Um modelo simples de desenvolver demonstração do resultado é usar o  método em que os custos dos produtos vendidos, as despesas operacionais e as despesas de juros são expressos em termos de percentagens, em relação  às  vendas  previstas.  As  percentagens  apresentadas  possivelmente  serão as
mesmas do ano passado.
    A metodologia utilizada para a estimativa do resultado projetado sugere  que as relações entre vários custos e vendas no próximo ano repetirão aquelas  havidas no ano anterior.
BALANÇO PATRIMONIAL PROJETADO


    O balanço patrimonial projetado utiliza-se de uma técnica criteriosa, para  estimar  certas  contas  e  calcular  o  valor  de outras. Quando  essa  técnica  é  utilizada, o financiamento externo necessário é utilizado para fazer o balanço  fechar, Gitman (1997, p.605).
    Esse balanço tem com saída o financiamento externo necessário para o  fechamento das  contas. Se o  valor der positivo para o financiamento externo  necessário  significa  que a  empresa  terá  que  levantar  fundos  externos,  para  financiar o nível de operação previsto para o período.Se o valor for negativo,  tem-se  a  indicação  de excessos  de  recursos,  e  tais  recursos  poderiam  ser  destinados  para  saldar  dívidas  e ou em  compras  de ações.  Freqüentemente  essa  técnica é  utilizada para  medir  as  necessidades  de  financiamento  da  empresa.
DEMONSTRATIVOS PROJETADOS


    A  preparação  de demonstrativos  financeiros  é  formada por  várias  variáveis sendo que muitos analistas, investidores, credores e administradores  utilizam-se de  técnicas  simplificadas  para a elaboração dos  demonstrativos  projetados,  apesar  do auxílio de planilhas  eletrônicas  terem  agilizado  o  processo, estas são bastantes usadas.

    Um  dos  fins  das  demonstrações  projetadas  é a estimativa de  valor  externo exigido para  financiar  um  dado nível  de  vendas,  outra  finalidade  é a base para analisar antecipadamente o nível de lucratividade e o desempenho  financeiro  global  da  empresa para o ano  seguinte.  Aspectos como  liquidez,  atividade,  endividamento e  lucratividade  também  podem  ser  auferidos com  isso, pode-se preparar o demonstrativo de fluxo de caixa projetado.
    Em  virtude  das  demonstrações  financeiras  projetadas,  tanto  o  administrador  quanto  o  credor  terão  subsídios  para analisar  as  origens  e  aplicações de recursos da empresa. Com isso, poderão ser tomadas medidas  para adequar as operações planejadas do ano seguinte, a fim de atingir metas
financeiras.
    Uma demonstração do  resultado  projetado  é  sendo  o  lucro projetado  pequeno é possível tomar decisões que provoquem aumento de preço,  corte  nos custos  ou  ambos.  De maneira  análoga  se o nível  projetado  de  contas  a  receber  for  elevado,  é possível instituir mudanças  na  política de  crédito.  Em
virtude disso, as demonstrações financeiras projetadas são de vital importância  na construção dos planos financeiros do ano seguinte. Gitman (1997, p.608).
    Para se tornar eficiente e ter uma maior credibilidade por parte da área  administrativa da empresa o processo de planejamento financeiro deve atentar  para pontos cruciais, como o planejamento de caixa, planejamento de lucros e  a previsão de vendas, entre outros.
    Os planos financeiros estratégicos ou de longo prazo servem como guia  na preparação de planos  operacionais  a  curto prazo. Planos  de  longo prazo  dão uma antevisão de um período de dois a dez anos e estão ligados ao plano  estratégico da empresa,  enquanto planos  de  curto prazo  geralmente  dão
antevisão de  um  período de  um  a dois  anos  e dizem  respeito aos  ativos  e  passivos de curto prazo, por exemplo, à previsão de vendas.
    O processo de planejamento financeiro é um recurso administrativo da área  contábil  da  empresa  tornando-se bastante  trabalhoso  ao  administrador  financeiro,  no  entanto  há  uma  metodologia aplicável  em  conjunto  com  o  conhecimento das atividades da empresa.
CONCLUSÃO


    O planejamento financeiro é uma condição necessária para alavancar o  sucesso empresarial. Não existe mais lugar para a improvisação na empresa. É  preciso ser profissional e estar atento a variações da economia e política, local  e global, sabendo enxergar oportunidades de expansão de mercado não só no
meio local, mas também em mercados externos, prever dificuldades inerentes  a estes  questionamentos  e  formular  uma política empresarial  que atenda  a  todos  estes  fatores  levando a empresa  a  ter  um  crescimento  homogêneo  e  constante.
    O planejamento financeiro é um subsidiário do planejamento estratégico,  responsável  por  prever  as  necessidades  monetárias  da empresa a  fim  de  atender  certa expectativa de produção,  prever  as  possíveis  incertezas  do  mercado, traçar  planos  alternativos se algo planejado  der  errado ou  se os
resultados  forem  além  das  expectativas  ter  planos  para  conduzir  a produção  sem que ocorra prejuízo da imagem da empresa por falta de oferta de produto,  ou por má qualidade causada pela produção indiscriminada juntamente com a  aplicação dos recursos provindos das vendas.
    O  processo de planejamento  financeiro  contém  uma  série  de  pontos  relevantes sensíveis  à administração  financeira e  gerencial,  os  quais são  de  extrema importância para a elaboração do mesmo e necessários para dar mais  segurança para sua aplicação, entre os quais estão o planejamento financeiro
a longo prazo, planejamento financeiro a curto prazo, planejamento de caixa, e  um  dos  mais  importantes,  a previsão de  vendas  e  o planejamento do lucro,  entre outros.
    O planejamento financeiro deve ser profundamente analisado e discutido  entre os  executivos  até  que  se  chegue a um  consenso.  O  processo de  planejamento financeiro não deve ser uma atividade mecanizada, apesar dos  avanços da tecnologia que trouxeram muita agilidade ao processo com o uso
de planilhas e gráficos.

    Tem-se como um dos objetivos do planejamento financeiro desenvolver  uma relação harmoniosa entre o crescimento da empresa com a necessidade  de produção necessária para  dar  sustentação à  mesma,  necessidade  de  investimentos  externos,  previsão de pagamentos  de dívidas  e  impostos,  salários, estimativa de custos da produção entre outras, com o intuito de prover  a empresa de recursos  financeiros.
    Assim  podemos  concluir  que a  realização do planejamento  financeiro  empresarial em conseqüência dos principais passos descritos pelos autores da  administração financeira faz-se um requisito de suma importância para que os  planos  financeiros  da  empresa  obtenham  êxito e desempenhem  um  papel
relevante para a operação e  continuidade da organização, tornando assim  a  empresa  mais segura  e estável  dando  maior  liquidez  em  suas  operações  financeiras.  Diante disto,  vê-se a  grandiosidade  de  um  processo  de  planejamento  financeiro o  qual leva a detalhes  de alta  complexidade unindo
diferentes áreas de conhecimento.

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