Educação Financeira Familiar
Educação Econômico-Financeira Familiar
Segundo números da última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002 e 2003, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 85% das famílias brasileiras referiram algum grau de dificuldade para chegar ao final do mês com o rendimento familiar.
Quanto aos rendimentos, 27,14% das famílias brasileiras declaram ter muita dificuldade para chegar aofinal do mês com a renda; 23% afirmaram ter dificuldade e 34%, alguma dificuldade. Entre os que encontraram graus diferentes de facilidade para chegar ao final do mês, 8,9% disseram encontrar alguma facilidade; 4,9%, facilidade e 0,7%, muita facilidade. Com visão no bem estar econômico do cooperado, a Unicred Centro Brasileira desenvolveu este manual de orientação, para assessorar você na gestão orçamentária doméstica, pois um planejamento financeiro bem elaborado é essencial para a felicidade e a segurança da sua família.
Este Manual de Educação Econômico-Financeira Familiar foi desenvolvido como ferramenta para auxiliar na organização da sua vida financeira e na manutenção do seu sucesso. São dicas que orientam como fazer orçamento familiar, administrar os seus ganhos, como negociar dívidas e como definir e atingir metas, de maneira simples e fácil para aplicar no dia-a-dia.
Segundo uma matéria publicada pelo jornal Valor Econômico, escrita por Marcelo Côrtes Néri – do Centro de Políticas Sociais do IBRE/FGV, as classes que ganhavam mais passaram a perder mais, e vice-versa; a queda no pós crise até abril de 2009 foi de 6,8% da classe A/B e de 0,8% da C.
No início de 2009, houve um aumento do número de famílias com dívidas e também um acréscimo de 11,4% no nível de inadimplência em comparação ao 1º trimestre de 2008, provocado pelo desemprego de
dezembro de 2008 e janeiro de 2009.
A Fundação Getúlio Vargas apurou que habitação e moradia representam 30% da despesa média do consumo mensal das famílias brasileiras. Na sequência, alimentação consome 25%; saúde e cuidados pessoais, 12%; educação e cultura, 8%; transporte, 15%; vestuário, 5%; e mais 5% em despesas diversas.
Com essa dura realidade, não há como dormir tranquilo sem pensar no pagamento do colégio, do supermercado, da luz, etc. Para piorar, ainda existe a pressão ao consumismo. As facilidades com cartões de crédito, cheques pré-datados, crédito direto, são armadilhas para gastar o dinheiro que não se tem, comprando o desnecessário.
A melhor estratégia para conviver com essas situações
é a adoção de um planejamento financeiro bem estruturado. Assim, você vai levar uma vida equilibrada,gastar com prudência e poupar com sabedoria.
ORÇAMENTO FAMILIAR
trabalho, e que o consumo venha após as necessidades básicas.
Segundo Silva (2005), Abraham Lincoln mencionou certa vez que: “Não criarás prosperidade se desestimulares a poupança. Não criarás estabilidade permanente baseada em dinheiro emprestado. Não
evitarás dificuldades financeiras se gastares mais do que ganhas. Não poderás ajudar os homens de maneira permanente se fizeres por eles aquilo que eles podem fazer por si próprios.” Faz parte do orçamento familiar a soma das receitas (salários, pensões, pró-labore, etc.) e dos gastos
mensais, que incluem despesas fixas (aluguel, condomínio, escola, etc) e variáveis (lazer, viagens, etc).
O balanço deve ser mensal, tentando manter um balanço positivo entre o ganho familiar e despesas,
com uma planilha de crédito e débito, e avaliar quanto será destinado para uma poupança e quais serão as necessidades reais da família, eliminar o supérfluo e traçar estratégias de redução de custos e de investimentos, como a compra de um automóvel zero quilômetro, por exemplo. Tudo isso, aliado ao bem estar físico e emocional da sua família. Porque o que vale é a qualidade de vida.
O planejamento financeiro significa entender até onde podemos gastar para garantir nosso futuro.
É fazer escolhas inteligentes e coerentes para viver bem no presente e no futuro. É se permitir realizar
mais sonhos, mesmo que, para isso, eles tenham que ser adiados por algum tempo.
Como elaborar o Planejamento
Financeiro Pessoal?
Identificando as necessidades;
- · A partir de informações completas, reais e confiáveis;
- · Planejando os gastos;
- · Estabelecendo prioridades;
- · Análise e acompanhamento;
- · Considerando sempre a renda disponível;
- · Sem perder o foco;
- · Fazendo, se necessário, pequenos ajustes e correções;
- · Ter como meta poupar no mínimo 10% dos ganhos.
O Equilíbrio Financeiro não depende de quanto ganhamos, mas de como gastamos o que ganhamos.
PSICOLOGIA FINANCEIRA
Você está preparado para lidar com dinheiro?
A maior parte das pessoas ainda responde “NÃO” a esta questão. Os motivos:1. Alguém sempre cuidou disso para mim.
2. Nunca fui preparado para isso.
Lidar com o dinheiro é uma arte quando se trata de equilíbrio financeiro. No entanto, o que poucos
sabem é que muitas vezes podemos nos deparar com dificuldades devido a questões de ordem emocional.
O dinheiro foi criado pelo próprio homem e existe única e exclusivamente para facilitar nossas vidas,
solucionar problemas, enfim, para nos servir e não o contrário; quando isto ocorre alguma coisa está errada e cabe a nós mudar esta situação. É importante a mudança de hábitos financeiros, necessária para uma economia pessoal saudável. Veja abaixo:
Dependência Financeira – principalmente quando já adultos e também no caso de adolescentes que não demonstram interesse em mudar esta situação.
Consumismo – aqui se refere todo tipo de consumo que lese o indivíduo ou terceiros de alguma forma: compra-se, mas não se usufrui. Gasta-se mais do que ganha ou por conta do que ainda vai ganhar.
Compra, mas não paga. Gastar o dinheiro que não tem, recorrer a empréstimos!
Dívidas – quando constantes, merecem uma atenção especial: podem ser indício de situações passadas mal resolvidas, emocionalmente falando.
Escassez – nem todos serão ricos ou milionários; no entanto, ninguém precisaria passar por necessidades. Nesta situação, muitas pessoas carregam medos, valores e atitudes que impedem seu crescimento financeiro. Geralmente são indivíduos que fogem de maiores responsabilidades. Planeje seu futuro com os recursos do momento: só assim você terá oportunidade de crescer e prosperar.
Avareza – Amor extremo ao dinheiro. Extremo oposto do consumismo; porém, ambos vivem os mesmos conflitos.
Recomendações importantes:
Basicamente, observe três procedimentos na sua relação com o dinheiro, para com menor esforço, ter
melhor resultado:
· Ganhar seu próprio dinheiro;
· Economizar e investir parte do que ganha;
· Gastar de forma equilibrada. Praticar consumo, não consumismo ou avareza.
ENTÃO O QUE FAZER?
Agora que já tem uma visão geral sobre a importância de um orçamento financeiro familiar, os próximos
passos são organizar e analisar as receitas e despesas. Composto o orçamento, você terá uma melhor
idéia de quanto vai sobrar ou faltar no fim do mês ou
do ano na sua conta.
RECEiTAS
A planilha de controle que você vai começar a elaborar deve iniciar com o levantamento de todas as receitas da casa, ou seja, os rendimentos que todos
ganham para formar a renda mensal da família: salários, aluguéis, pensões, pró-labore, outras remunerações, etc.
DESPESAS
Para saber quais são os gastos da sua casa, a dica
é listar, primeiramente, as despesas fixas: escola,
condomínio, plano de saúde, prestações, água, luz,
telefone, outras. Passe para os gastos variáveis como
cartão de crédito, supermercado e gasolina. Depois,
liste os que são menos frequentes: cinema, restaurante, passeio, lanchonete, etc.
Outra dica para facilitar a análise das despesas, é
elaborar a planilha por grupos de consumo. Divida-os em ordem decrescente de importância. Em seguida, faça o mesmo dentro de cada grupo. Exemplo: o
item transporte inclui os subitens: combustível, IPVA,
seguros, entre outros.
Não esqueça de incluir o ítem despesas de manuten
ção das contas bancárias, principalmente os famosos pacotes de tarifas cobradas pelos bancos.
Parece difícil, mas logo você vai adquirir o hábito
de organizar seus gastos. Seja disciplinado. Está
comprovado que, juntando um pouco de economia
daqui e dali, o resultado obtido é espantoso.
Finalmente, crie também o hábito de atualizar periodicamente a planilha financeira. Mantenha um
registro atualizado de TODAS suas receitas e despesas.
DiViSÃO DE DESPESAS
Um alerta: na maioria das vezes, o dinheiro é o grande vilão das separações. O descontrole financeiro, por parte de um dos cônjugues, acaba com a organização e a tranquilidade familiar. Então, o seu grande desafio é saber gerenciar a tal conta conjunta nos bancos, o que pressupõe uma discussão sobre divisão de despesas.
Devemos ficar muito atentos e convocar uma boa reunião familiar para discutir os assuntos financeiros da família, para que atitudes imediatas sejam tomadas ajustando-as no fim de cada mês. O gerenciamento do ganho familiar deve ser responsabilidade de todos.
MESADA COMO FERRAMENTA PARA EDUCAÇÃO FiNANCEiRA
A Educação Financeira das crianças deve começar cedo. Assim, além da escola, os pais possuem um
papel fundamental nesse processo. Um artifício para inserir os filhos no mundo da educação financeira são as mesadas.
Saiba que esse recurso evita pedidos extras de dinheiro e, colocando na ponta do lápis, fica mais barato. Caso opte pela mesada (depende do seu orçamento), inclua os gastos dela nas reuniões de or- çamento com a família. Isso ajudará seus filhos a entender as decisões do orçamento doméstico, além de
proporcionar maiores responsabilidades na gestão de seus recursos.
Mostre a seu filho a importância de priorizar seus sonhos e para que poupar é o caminho mais curto para a independência financeira quando adulto, esta ação pode criar uma geração sem dívidas.
PAGAMENTOS
Todas as orientações citadas até o momento são eficazes para o controle financeiro. Avaliar a melhor forma de pagamento na hora das compras, senão o seu orçamento poderá estar seriamente comprometido no fim do mês. Veja algumas dicas: · Pagar à vista e negociar desconto;
· Se o lojista não der desconto no pagamento à vista, o melhor é pagar em prestações;
· Cuidado com as promoções que oferecem determinado produto em três ou mais vezes sem juros, pois a loja já embutiu os juros nas prestações;
· Só use o cheque especial em último caso e em condições vantajosas;
· Para não perder o desconto, use o cartão de crédito se puder quitar a fatura no dia do vencimento;
· E a mais eficaz: negue-se a gastar sem real necessidade.
CONSUMiSMO
Diariamente você é atacado por propagandas atraentes que fazem seus olhos brilharem. Basta andar pelos corredores de shoppings. Entre aromas e promoções, os brasileiros acabam gastando em média 18% a mais nas compras, avalia a Fundação Instituto de Administração (FIA/USP). É o que os marqueteiros chamam de compra por impulso. Já sentiu isso? Não? Então, cuidado com a indústria do supérfluo.
Controle-se! Elimine o que é puro consumismo, avalie preços, descontos e condições de pagamentos
interessantes. Fuja do cartão de crédito e do cheque especial, porque os altos juros se transformarão em
dívida e numa tremenda dor de cabeça.
No supermercado passe correndo pelas gôndolas e não ceda ao “manhê, paiê, eu quero”. Nos shoppings, onde não há relógio e a vida real parece não existir, não se deslumbre com o cenário de beleza e
luxo.
ELiMiNE SUAS DÍViDAS
Chegou o momento de se reorganizar e equacionar suas dívidas. O melhor a fazer é trabalhar duramente
num plano para quitar seus débitos.
Algumas dicas:
· Não procure agiota;
· Não espere mais para negociar aquelas dívidas que estão se tornando impagáveis, pois com o tempo
fica mais difícil;
· Faça um plano de corte de despesas supérfluas e avalie melhor as necessárias. Você vai ver que pode viver sem algumas delas;
· Controle melhor as pequenas despesas;
· Refinancie as dívidas que estão com custo muito alto;
· Caso não consiga refinanciamento, pague primeiro os débitos com juros maiores;
· Negocie com o banco o cheque especial, principalmente diminuindo o limite disponível;
· Se tiver cheque devolvido, regularize o pagamento e acerte com o banco. Lembre-se que o cadastro
positivo é muito importante;
· Use a sua renda de maneira absolutamente disciplinada;
· Evite pagar o valor mínimo da fatura do cartão de crédito;
· Faça uma conferência periódica dos extratos bancários;
· Procure quem melhor possa ajudá-lo.
ANALFABETiSMO FiNANCEiRO X EDUCAÇÃOFiNANCEiRA
Hoje a taxa de endividamento no país atinge índices absurdos, e os dados se referem apenas às dívidas
que são possíveis mensurar (crediários, bancos, cartão de crédito, financeiras, governos, etc.). Mas esse
número aumenta muito se pensarmos que existem ainda as pessoas que devem para amigos, colegas e parentes, sem contar os agiotas, isto é, a falta de educação financeira assola o país.
Esse dado mostra um quadro muito grave que atinge a maior parte de nossa população: o analfabetismo financeiro. Esse tipo de analfabetismo atinge os mais variados níveis de nossa população, não fazendo distinção de grau de escolaridade, classe social ou religião, e ele é caracterizado por pessoas que não tem a menor noção de como funcionam as questões cotidianas das finanças pessoais.
São pessoas que pagam a parcela mínima do cartão de crédito e acham isso normal; não possuem controle sobre o que gastam durante um dia e muito mais no mês; acreditam que apenas o fato de pagar
as dívidas que possui lhe dá segurança; entram no cheque especial como se isso fosse um valor incorporado em sua renda; compra sem pesquisar; não se preocupam com seus rendimentos futuros; entre outras várias ações que geram o descontrole e endividamento.
Um fato inegável é que, cada vez mais cedo, as pessoas estão tendo contato com o dinheiro. Assim se torna simples a aplicação desse tipo de educação em nossas escolas, pois se apega a algo que tem relação ao nosso cotidiano. É necessário prevenir, para não remediar dividas.
Conheça agora os cinco passos para quem deseja organizar a sua vida financeira.
5 PASSOS PARA A SAÚDE FiNANCEiRA
Elas formam uma sequência lógica e interdependente. Você deve localizar em qual estágio se encontra
atualmente e a partir daí, empreender um esforço consciente para avançar e mudar de fase.
1 - Conheça os seus números
Este é o primeiro passo. Os ricos têm a companhia constante de números: renda, dividendos, patrimônio, cotações e grandes negócios são todos expressos em números. Quem deseja a Organização Financeira precisa conhecer os seus próprios números.
Se você está nesta fase provavelmente estará vivendo uma ou mais destas situações:
a) Incapacidade de fazer anotações financeiras: tenta controlar “de cabeça”; não preenche o canhoto do talão de cheques nem confere extratos bancários;
b) Não tem ideia de quanto paga em juros; A dica é: passe meia hora por dia fazendo contas.
Saiba tudo sobre os seus números e veja a diferença que isto vai fazer na sua vida.
2 - Gaste menos do que ganha
O segundo passo é gastar menos do que recebe. Quem tenta manter um estilo de vida acima dos seus ganhos acaba endividado e com sérios problemas.
Se você está nesta fase, provavelmente:
a) Existe uma planilha de controle, mas o resultado sempre é vermelho;
b) Quando termina uma prestação você faz outra;
c) Chega um dinheiro extra (13º salário, por exemplo) e desaparece em meio ao pagamento de dívidas.
A dica é: faça um orçamento anual. Você vai perceber que a despesa de 1 ano não é o mesmo que multiplicar a despesa de um mês qualquer por 12.
3 - Elimine suas dívidas
Elimine mesmo suas dívidas: faça um plano para acabar completamente com elas. Quem está nesta fase já conhece seus números, equilibrou o orçamento, mas continua com dívidas.
A dica é: pare de fazer dívidas novas e comece a antecipar o pagamento das atuais. Em pouco tempo você
liquidará todas as suas dívidas
4 - Tenha dinheiro - Crie uma Meta de Poupança.
Lembre-se que a diferença entre o rico e o pobre é o fato de possuir dinheiro. Se você não consegue segurar uma nota de cinquenta reais na carteira, será muito difícil trilhar o caminho da riqueza. Acostume-se a ter dinheiro guardado, rendendo. Quem está nesta fase já conhece seus números, gasta menos do que ganha, eliminou suas dívidas, mas não consegue guardar dinheiro.
A dica é: faça o alvo de ter o montante que vá gerar uma renda equivalente a 10% do seu salário. Depois vá aumentando até chegar a 100%. (Poupe no mínimo 10% de tudo que ganhar - META)
5 - Valorize as pessoas
Lembre-se de que dinheiro chama dinheiro, mas as relações pessoais não devem ser esquecidas. Um
bom relacionamento não depende de dinheiro. O dinheiro não pode ser um fator de stress, mas sim um
gerador de estabilidade nos relacionamentos. Seja amigo dos seus amigos. Valorize o que você tem.
Valorizar as pessoas é:
a) Passar tempo com as pessoas. A expressão “tempo é dinheiro” não é válida em todos os momentos da vida;
b) Lembrar-se das datas importantes ao menos para falar ao telefone;
c) Viajar, dar presentes, investir em relacionamentos;
FONTE: Unicred Centro Brasileira
Nenhum comentário:
Postar um comentário